Hackathon Douro & Porto 2021

Enquadrado na missão do Instituto do Vinho do Douro e do Porto, I.P., de estimular a adopção das melhores práticas no domínio da vitivinicultura e do desenvolvimento tecnológico, terá lugar uma maratona de trabalho intensivo com o intuito de desenvolver soluções para desafios relevantes da Região Demarcada do Douro - A Hackathon Douro & Porto.

A nossa equipa António Valente, Salviano Soares, Aureliano Malheiro, João Santos, Filipe Cabral Pinto, Sérgio Silva e Margarida Jerónimo, em colaboração com a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense – ADVID, ficou responsável pelo desafio #1.

Desafio #1 - Método inovador que torne mais acessível e expedito o processo de monitorização do estado hídrico da vinha

O estado hídrico da videira é de extrema importância, pois possibilita uma gestão assertiva da mesma e a consequente optimização da utilização dos recursos hídricos.

A monitorização do estado hídrico da videira depende essencialmente do cruzamento entre dados climáticos e medições feitas por operadores na vinha, baseadas num método desenvolvido, em 1965, por Scholander. Este método torna-se moroso e dispendioso e não permite uma monitorização com um grau de detalhe suficiente para uma gestão mais eficiente da água na vinha, dado que a necessidade de equipamentos específicos com pouca mobilidade e a curta janela de oportunidade para as medições, não permitem que se possam realizar medições exaustivas para grandes áreas. Assim, presentemente, esta monitorização representa uma tarefa árdua, cuja execução acarreta a alocação de muitos recursos, o que faz com que seja uma prática acessível somente a empresas de grande dimensão. Especificamente, a necessidade de técnicos especificamente treinados para transportar e manusear a câmara de Scholander, assim como a botija – para além do preço deste equipamento — aliada ao facto das medições terem de ser realizadas antes do nascer do Sol, faz com que este tipo de monitorização não possa ser feito de forma generalizada.

Existem atualmente tecnologias disponíveis, baseadas em sensorização, que permitem uma avaliação com um nível de detalhe do estado de cada planta na vinha. Estas tecnologias não estão actualmente vocacionadas para a gestão da água na vinha, contudo, a integração destas com outros dados, como os meteorológicos, e a correlação desta informação com a avaliação do estado hídrico da planta, através de abordagens de Machine Learning e Inteligência Artificail, poderão tornar a gestão da água na vinha mais eficiente e mais simples.

Assim, para que este tipo de monitorização possa ser amplamente utilizado como input na optimização das práticas culturais, é necessária que esta avaliação do estado hídrico possa ser feita de uma forma mais expedita, que permita um número maior de avaliações, uma abrangência de áreas maiores, e uma alocação de menos recursos.

 


 

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